sábado, 27 de dezembro de 2008

Da Viagem Pra NY, II

Sabado a noite, 27 de dezembro de 2008. To em New York, no W Hotel entre a 47th St e a Broadway Ave. Da janela do meu quarto se enxerga a Times Square. Feliz.

Acabei de voltar de um musical, Hair Spray que, olha, so nao é melhor do que Grease porque eu realmente gostei de Grease, mas ta ali, pau-a-pau. [As musicas, os atores, o enredo... irado, te prende do inicio ao fim. A peca gira em torno de uma menina nos anos 40, em Baltimore, que sonha em ser estrela de TV, mas é desprezada por ser totalmente fora dos padroes de beleza da epoca. Trata tambem de um tema muito delicado daqueles tempos: a ridicula (falta de) relacao entre negros e brancos. Os atores cantam de tal forma que voce se pergunta porque ainda nao abandonaram o teatro -horas de ensaio diario e pouco reconhecimento- e foram ganhar um Emmy (or whatever) do lado da Alicia Keys. Hum... 'Cause they would kick her shine ass, probably. Luzes, cenario, bolinhas e neon. E muito Hair Spray] Sentei na 3º fileira, got lucky! Feliz.

Depois dei (mais) uma volta na Times Square. Nunca me canso das luzinhas, das TVs gigantes e dos japoneses com microcameras na mao filmando tudo. Nem do barulho. Feliz. Uma cama gigante so pra mim. Feliz. Um janelao. Feliz. Suco de laranja, um caderno e uma caneta. Feliz. O burburinho de NYC, sirenes, carros, buzinas, invadem meu quarto. Feliz. Mais tarde, depois que eu lavar os tres quilos de maquiagem do meu rosto, tem 'O Poderoso Chefao II', (presente de Natal da Manu) e Doritos, o pacote tamanho familia. Feliz.
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Eu ja mencionei que to feliz?
Nao? Ah... ta... porque e-u-t-o-M-U-I-T-O-F-E-L-I-Z!

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Da Viagem Pra New York

Dia 1. O'Hare Airport, Chicago to Newark Airport, New Jersey.
Natal

Agora sao exatamente 10h13, do dia 25 de dezembro de 2008. Tenho 5 minutos pra escrever algo produtivo antes de enfrentar 2 horas de voo ate New Jersey.

Caracas, NATAL. To sozinha, sentada num banco de aeroporto, sem familia, sem ninguem, all alone by myself. Mas, contrariando probabilidades, nao to triste - especialmente porque eu amo ficar sozinha, sempre me achei a minha melhor compania. Nop, eu to estranha. To com essa felicidade louca, quase sinistra de quem acabou de encontrar uma arvore de fazer dinheiro e nao vai contar pra ninguem. Euforica. To quase com medo de mim, é empolgacao demais pra uma pessoa so. Anyway, who the heck cares? No final, acho que essa minha doidera é um conjunto de conjuncoes conjuntaveis, conjuntadas abaixo:

(nao nessa ordem, deixo claro)

1. Ouvir The Waitresses - Christmas Wrapping no dia de natal deixa ate o monstro do Lago Ness feliz.
2. O café. Café me deixa feliz. Depois me deixa me deixa hiperativa. Depois enjoada. Mas eu ainda estou na segunda fase.
3. É natal.
4. A promessa de passar 4 dias em NY com tudo pago, e com a Uol.
5. Natal.
6. Natal.
7. Natal.
8. Os presentes, embaixo da arvore de natal, que ganhei nessa manha antes de sair de casa.
9. Natal, apesar de nao parecer. Meu sentimento ainda esta confuso com relacao a esse assunto.
10. Insanidade.

No final das contas, quem se importa? Daqui a 10, 15 anos quando eu reler esse blog, muito provavel eu nem lembrar das razoes que me deixaram feliz assim. (nem dos motivos de eu estar comecando um blog pela 4º vez).

Daqui a 10, 15 anos eu vou reler e pensar que foi o natal mais incomum da minha vida. E ainda assim, foi feliz. Muito feliz. Insanamente feliz. Estranhamente feliz.

Merry Christmas.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Pra Ler Depois

Um dia, quando eu for bem velhinha, de cabelos brancos e ruguinhas, eu vou abrir esse blog e reler. Reler o que eu fui um dia. Nostalgia? Um dos meus sentimentos favoritos.

Eu sempre gostei de guardar bugigangas e papeizinhos, lembrancas que me remetessem aos lugares onde estive, as coisas que vi e fiz. Eu fiz diario, sabia? Durante 7 anos. Dai, num impeto do que so podia ser insanidade, queimei tudo em questao de duas horas, na churrasqueira. Ah... se arrependimento matasse! Well, anyway.

Entao to eu aqui. Denovo. Num diario virtual. Que ninguem vai ler, I bet. Eu sempre fui uma escritora tao anonima que o meu antigo blog foi acessado por 9 pessoas em seus quatro anos de existencia. O que sinceramente nao dou a minima, ja que no fundo no fundo, escrevo so pra mim; acho que escrever desabafos e futilidades diarias organiza as ideias, me da brecha pras cronicas, mas acima de tudo, é material pro futuro. Pra ler depois.

Alem do que, como Jules Renard (1864 - 1910) escreveu uma vez, 'ecrire, c'est une façon de parler sans être interrompu' ('escrever é um modo de falar sem ser interrompido'). Uma das minhas frases favoritas, eu que amo falar sem ser interrompida.

Vou escrever, escrever, escrever e escrever ate cansar. E depois vou reler. Reler e rir das minhas ideias. Reler e ter saudades do que eu fui; ou agradecer por ter fugido da Juliana de vinte e poucos anos. Reler e chorar, reler e apagar, reler e ser feliz.

Um dia, quando eu for bem velhinha, de cabelos brancos e ruguinhas.

Mas enquanto nao chego la, eu vou vivendo, curtindo, aprendendo... vou acumulando erros, acertos e pensamentos. Sabedoria talvez. Arrependimentos. Papeis de bala, papeis de carta, papeis de rescunhos, papeis. Fotos, fatos, filmes, felicidade. Eu. Antes, agora, amanha.

Tudo que esta aqui vai ficar pro futuro.

Pra ler depois.