domingo, 2 de maio de 2010

Polêmicas Meias.

As pessoas (lê-se avós, tios, primos) chegam pra mim perguntando do que eu tô precisando porque elas gostariam de me dar um presente, ja que eu fiquei dois anos fora e nesse tempo não me deram nada de Natal, Aniversário, Dia das Crianças, Hannukah, etc. E quando eu informo que, sinceramente, eu não quero nada porque eu não tô precisando de nada, elas me olham desconfiadas achando que eu tô recusando que gastem dinheiro em mim porque eu tô querendo ser educada. O alarme dispara... peeeehhhh! Wrong answer! Ainda mais vindo da pessoa que mais ama ganhar presentes no mundo. Caso é que, tendo morado dois anos nos EUA, eu literalmente fiz compras pro resto da vida. Eu tenho TUDO o que eu quero (com excessão de livros, eu sempre quero mais livros – mas minha família parece não entender isso). Mas roupas, calçados, maquiagem, badulaques? Não preciso de mais nada mesmo.

Ou assim eu pensava. Segunda a noite, organizando minhas gavetas, descobri que preciso de meias. Essas meias simples de se usar com tênis. Fui contar e achei 20 – dessas 20, 9 encontram-se furadas e 8 sem o par correspondente (aliás, para onde vão as meias que somem? A lavadora engole? Os gnomos roubam?). Resultado – restam 3 pares de meia, todas iguais, daquelas brancas de corrida, e as quais tenho revezado semanalmente. O que é vergonhoso, visto que eu faço Yoga de meia - certo que as velhinhas acham que eu sempre uso o mesmo par. Sujo ainda por cima.

Comentei com alguém que eu precisava de meias e descobri que há um código de conduta silencioso sobre o assunto – aparentemente não se pede meia de presentes; se ganha meia de presente - e a contra-gosto. Meia é o último presente desejável da face da Terra.

Fiquei matutando de onde vêm as meias. É que nem guarda-chuva, de onde vêm-para onde vão? Porque, se tu parar pra pensar, duvido que alguém compre meias regularmente ou mantenha um estoque de meias, ou saia de casa com o intuito de comprar meias. “– Onde você vai?” “– Ah vou no shopping procurar umas meias pra mim”. Manééééé, ninguém faz isso. Meia é que nem calcinha pra criança de 12 anos - só se obtem por necessidade e quando o vendedor oferece, “– tá baratinho, leva umas, aproveita.” Aliás meia é a tal venda adicional de beira de caixa “- vai uma meinha aí? – pô tô precisando mesmo, me vê uns dois pacotes de meias brancas, tamanho 39 por favor.”.

Bom, faz tempo que ninguém me oferece meias eu eu não tô afim de sair pra compra-las. Ano passado eu pedi a série Twilight de aniversário que era muito mais cara e tive ofertas, esse ano que tô pedindo meias... pô, façam-me o favor. Alguém? Ninguém? Muito simples? Também acho.

Sinceramente, se eu receber um pacote de meias nesse aniversário só vou achar engraçado e espirituoso se a pessoa disser que leu o meu blog. Senão vou taxar a criatura de pão dura e tosca, sem dó nem piedade. Porque no fundo, o preconceito existe né. Dar meias de presente... que brega meu. Enfim, meias, polêmicas meias.

(É foda a pessoa não ter do que falar. Meias? Podia falar do que eu ando lendo, fazendo... Mas meias? Sintoma de velhice tche...)

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